Nosso Mascote

Mascote Vili
Eu sou Vili

Nasci no dia 5 de Maio de 1986

Nasci na cidade catarinense de São Carlos, no dia 5 de maio de 1986. Sou filho de Claudete e Almir Wagner e tenho um irmão chamado Glauber. Durante meus primeiros anos de vida tive problemas de saúde, mas consegui vencer cada um deles e, aos poucos, meus familiares foram percebendo que eu era uma pessoa especial. Deixei importantes lições para todos no decorrer dos anos.

Desde criança me preocupava com os mais necessitados e ajudava da maneira que conseguia. Lembro que meu primeiro ato de fraternidade foi com apenas quatro anos, ao doar meu chinelo para uma criança descalça que passava em frente à minha casa. Meus pais ficaram preocupados, acharam que tinha sido roubado. Mas a minha babá testemunhou este gesto, assim como os vizinhos, que ficaram comovidos.

Ajudar o próximo e aceitar as diferenças faz parte da minha personalidade. Como o emprego do meu pai exigia que ele fosse transferido de cidade constantemente, acabei tendo amigos de todas as classes sociais, e sempre os tratei da mesma maneira, sem distinções. E, mesmo mudando frequentemente de região, eu sempre procurei fazer trabalhos voluntários.

Estudei em diferentes escolas. No Colégio Marista São Francisco, a última delas, aprendi a viver dentro dos valores mediados pelos meus educadores. Às vezes meus colegas e professores ficavam bravos com o meu excesso de descontração durante as aulas, mas sempre se rendiam às minhas graças, sabiam que eu os amava e respeitava. Comecei a faculdade de Engenharia Florestal na Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) com alguns amigos. Conheci pessoas boas e não foi difícil me tornar amigos delas.

“Os rostos foram feitos para sorrir, se fosse para chorar, seria de tanto rir”
Charles Chaplin

O esporte sempre esteve em minhas veias Esporte

O esporte sempre esteve em minhas veias. Desde cedo jogava futebol com meu irmão, responsável por motivar a minha paixão pelo handebol. Aos dez anos, comecei a jogar com os adultos e fui me tornando bom, versátil e com muita força. Participei de vários campeonatos pelos municípios catarinenses de Coronel Freitas, Chapecó, Xaxim, Quilombo e Xanxerê. Em uma dessas temporadas fui convocado tanto para a Seleção Catarinense quanto Brasileira, e nos consagramos em diversos campeonatos.

Além do handebol, tinha dom de atuar e gostava principalmente da técnica de improviso. Participei do grupo teatral Cia. Kaiakara de Chapecó, e fiz várias peças, mas gostava das cômicas, onde às vezes confundia o meu personagem com a vida real. No meu último papel fui protagonista do “Um médico à força”, de Molière. Na última apresentação meus colegas choraram, foi quando me lembrei da frase “Os rostos foram feitos para sorrir, se fosse para chorar, seria de tanto rir”, de Charles Chaplin. Esta frase, a pedido dos colegas de teatro, foi colocada na minha lápide.

Outra coisa que adorava fazer era estar com a minha família, afinal sabia que podia sempre contar com ela em qualquer momento. As pescas com os tios, os jogos da Chapecoense com meu pai ou um simples almoço sempre foram bem aproveitados. Todos os anos, a família se reunia, e para variar, eu sempre era o centro das piadas e risadas, procurando não deixar ninguém quieto.

Nunca deixei a família em segundo plano, inclusive abri mão de sair com meus amigos para ficar com eles. Os meus amigos mais próximos e minha namorada passaram a fazer parte da família, pois somente desta forma conseguiam a minha atenção e o meu amor, não tinha vergonha de beijá-los e falar o quanto os amava. Como era tão verdadeiro no que fazia e no que eu dizia, me tornei o conselheiro oficial de todos, especialmente dos meus amigos. Após a minha passagem para outro plano, a minha mãe foi ver a minha agenda e encontrou várias mensagens que deixei. Uma delas sobre a amizade: “A amizade é igual a uma estrela, umas apagam conforme os anos e outras permanecem como planetas, que sempre estão em órbita de ti, do seu Sol (VC).”

Meu irmão acha que hoje não tem espaço físico entre os sistemas ou planetas deste universo para orbitar ao redor deste ser, pois aqueles que me conheciam ainda estão orbitando ao meu redor.

Em janeiro de 2005, em uma reunião da família veio à tona uma conversa sobre doação de órgãos. Naquele momento deixei bem claro para todos sobre a minha vontade em doar todos os órgãos e se possível que me cremassem, pois eu não gostaria de poluir a terra e assim ajudaria muitas pessoas a viver melhor. Como esta é uma decisão difícil para os pais, coube ao meu irmão lembrar da minha vontade na hora.

Mas na semana anterior ao acidente, andei fazendo algumas coisas que ninguém entendeu: doei várias peças das minhas roupas e objetos para meus amigos dizendo que não iria mais precisar. Antes de sair para o que seria mais uma competição, conversei com meus pais e sei que os emocionei. Falei sobre a minha namorada, sobre meus amigos e o amor que sentia pela minha família e do orgulho de ser filho destes pais que sempre estiveram presentes na minha caminhada. Lembrei de pedir para que sempre fôssemos juntos aos jogos da Chapecoense e do Handebol e que ficássemos felizes, sempre.

Mas infelizmente chegou a minha hora da partida, ou melhor, da passagem. Antes da competição, houve um trágico acidente com o ônibus que transportava a equipe, no qual vários amigos, entre eles o meu “pai esportivo”, o Professor Cláudio, fizeram a passagem para o outro plano.

Vili
“Não adianta sonhar e esperar seus sonhos de braços cruzados, pois a única coisa que esperamos e da qual nunca mais voltaremos, é a morte, é preciso sonhar e os maiores sonhos, conquistar.”

Assim era Willian Wagner, Vili, amável, bondoso, caridoso, prestativo e amigo.