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2 Corações: filme cheio de emoção, significado e transformação pelo cinema e pela vida real.

2 Corações: filme cheio de emoção, significado e transformação pelo cinema e pela vida real.

Eu talvez pudesse começar este texto pela dificuldade de escolher qual a praia mais bonita do Brasil. Poderia começar pelas lembranças de quando meu filho nasceu e ficou na fila de transplantes a espera por um coração em 2005 e 2006. Poderia ainda dar início pela história por trás do filme, e contar qual é o famoso Rum, ou qual família, ou melhor as múltiplas famílias que vivenciaram, sofreram e tiveram imensas alegrias no filme e nessa história real e incrível.

Vou fazer diferente. Começo pelo encanto e a força do audiovisual, pela magia que a arte, com técnica e emoção, consegue nos tocar positivamente, e nos marca de forma duradoura. O filme é capaz de disseminar valores mágicos como a solidariedade, o amor ao próximo e à vida, e tem a beleza de dizer Eu te amo!

A história é sobre encontros, sobre não desistir, sobre fazer o bem. Vejam a arte e me digam. De verdade, me digam o que acharam. Está na #netflix em 1º lugar.

Agora retorno às praias, à história com meu 1º filho e ao Rum, que é o conhecido #bacardi. Eu sempre falei que praia mais bonita não existe. Para mim, existem as 10 mais bonitas. Impossível comparar. A intensidade da beleza - como ela te toca, o que te faz sentir - sempre será muito difícil. Mas a beleza pura, leve, mágica, estará lá.

Quando Arthur nasceu na fila de transplantes, em 2005, os amigos já me falavam de como era difícil imaginar o tamanho da minha dor. Alguns nem conseguiram se expressar. Ficar na fila com seu 1º filho é muito difícil. Em 2006 quando não foi mais possível esperar e ele partiu, e os amigos ou a maioria das pessoas tentavam nos consolar, um grupo sempre me chamou a atenção: eram aqueles que perderam alguém que amavam muito. E para mim, falavam: "mas a sua dor não tem igual. Perder um #filho é inverter a ordem das coisas." Me falaram que os pais deveriam ir primeiro. Eu sempre pensei e respondia: cada um tem a sua dor. Não dá para comparar o sofrimento de perder alguém, seja filho, pai, amigos, alguém que se ama.

O infinito não se compara. O "amor infinito" é maior que o próprio "infinito". Com as praias, podemos falar das 10 melhores. Sobre as dores - o sofrimento - podemos falar das mais doloridas, das mais sofridas, mas não há a ou o pior.

Pensem comigo: há também os amores, infinitos, imensos e eternos. Eu amo eternamente o Arthur. A doação e os transplantes de órgãos são parte destes encantos de amor à vida. O filme 2 Corações retrata isso. Nos coloca a ter esperança. Desejar o melhor para si e ao outro. Não queremos ser doadores, mas podemos. Se alguém precisar de um órgão no futuro, muitos familiares e amigos voltarão ao amor: sentirão a emoção da continuidade da linha da vida. Viva o poder dos 2 corações unidos neste magnífico filme. A vida agradece.

#doacao #transplantes

Por Rafael Paim, presidente da Adote. Post original no linkedin.

Matéria na revista veja: O drama real que inspirou "2 corações", filme que virou hit na Netflix

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